sábado, 10 de janeiro de 2009

Raymond Queneau

Raymond Queneau nasceu em Le Havre, Normandia, foi único filho de Auguste Queneau e Joséphine Mignot. Raymond formou-se em latim, grego, filosofia e estudou na Sorbonne.
Mais tarde teve os seus trabalhos editados pela Gallimard, editora dos vanguardistas franceses, onde começou como leitor em 1938 e depois secretário-geral, trabalhando também na Enciclopédia la Pléiade em 1956.
Em 1950 entra no grupo surrealista Collège de Pataphysique, torna-se eleito para a Academia do Humor (Académie Goncourt) em 1951.
Em França é destacado como autor em 1959 com a publicação do romance “Zazie dans le metro”, (mais tarde adaptado para o cinema) concebido com uma linguagem coloquial opondo-se ao francês escrito na época.
Uma das suas obras mais importantes é o livro “Exercícios de Estilo”, que consiste na apresentação de 99 textos em formas estilísticas diferentes que relatam o mesmo acontecimento presenciado numa paragem de autocarro. Um fait-divers que serve de pretexto para 99 exercícios brincalhões. Alguns desses textos são nos lidos no inicio de cada aula de português. Eu gostei bastante de ouvi-los, porque são extremamente interessantes e mostra-nos que as pessoas apesar de viverem a mesma situação não reagem nem descrevem da mesma forma o que vêem. Para mim, Raymond é um génio, porque é preciso ter-se uma mente muito aberta para descrever a mesma situação mas com uma intenção completamente diferente. Penso que este livro mostra-nos como brincar com a forma estilística das frases, mostra-nos que podemos descrever o que vê-mos com diferentes formas e intenções basta libertar a imaginação e os sentimentos que temos dentro de nós, pois quando estou de mau humor faço uma descrição diferente de quando estou bem-humorada. Por exemplo se pisa-se em terra húmida, poderia descrever “Raios acabei de pisar na lama!” ou então “Quando dei um passo senti a terra húmida e maleável a envolver o meu sapato. “, como podem ver são situações iguais mas com uma descrição totalmente diferente. Penso que todos nós somos capazes de mudar a maneira de ver as coisas ate mesmo os problemas no nosso mundo e da terra, quem sabe se apareceria uma solução se pensássemos assim. Podia-mos todos libertar as nossas diferentes visões de ver o mundo assim como Fernando Pessoa libertou. Mas Fernando Pessoa fez mas do que isso, ele deu “vida” as suas diferentes formas de ver o mundo, criou personagens com as suas diferentes visões. Acho que isso iria libertar o stress de muita gente.

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta reflexão sobre o livro do Raymond Queneau é pertinente e interessante, assim como o exemplo que dás.
Correcções: “o que vemos”, “se pisasse”
Atenção aos verbos e à acentuação